A pesquisa como eixo de formação docente
As pesquisadoras Esteban e Zaccur fazem uma interessante reflexão a respeito das pesquisas realizadas em torno da educação. Elas afirmam que, apesar das inúmeras pesquisas existentes nesta área, a escola ainda se apresenta excludente, desenvolvendo um trabalho pouco satisfatório ligado à alfabetização que é à base de todo um caminho da educação.
Nesta problemática a professora fica sendo culpada pela deficiência da educação. Diante de inúmeros discursos pedagógicos, que poderiam contribuir com o processo de ensino-aprendizagem, fica esquecido no tempo e, as práticas tradicionais retomam o seu lugar. Há casos em que a teoria é assimilada, mas na prática ela se mostra incapaz de sanar a situação vezes por causa da cópia fidedigna, vezes porque a teoria dista da realidade escolar. Quem pensa não tem o cuidado de aproximar-se da escola real para tentar ajudá-la, antes descreve de acordo com o que lhe aprouve. Isso resulta em teorias improdutivas.
A pesquisa, por outro lado, surge das inquietações encontradas nas situações experimentadas no cotidiano da escola, num sentido de busca de respostas teóricas para situações específicas. Assim procede a professora-pesquisadora que consegue reler criticamente suas práticas e posturas como profissional da educação e procura superar seus limites e ampliar suas capacidades.
No universo acadêmico, onde prevalece à dicotomia entre o pensar e o fazer, bem como as teorias descontextualizadas torna difícil a reflexão referente às práticas pedagógicas. Existe na universidade uma tradição curricular em que os discentes estudam ao longo do curso as disciplinas teóricas. Já as que são ligadas à prática, ao saber fazer chegam a tempo atrasado, no final do curso, juntamente com o estágio, isolado das outras disciplinas. Daí resulta que o estagiário/a se defronta com situações onde as teorias adquiridas são insuficientes, sendo necessário realizar outras pesquisas. As autoras afirmam que, os conhecimentos acumulados ao longo do tempo não são suficientes para responder às inúmeras questões emergentes das turmas particulares, pois estes generalizam os problemas não especificando traços e atos cotidianos.
Formar o professor/a pesquisador faz-se necessária afim de que se possa inverter a situação dicotômica entre saberes e fazeres, teorias e práticas. A prática deve ser o ponto de partida e finalidade do professor/a com a prudência de não colocar a prática em detrimento da teoria, mas sim utilizar o tripé educacional prática-teoria-prática relacionadas às condições e realidades apresentadas pela escola.
O objetivo desta reflexão é que os professore/as possam estar aptos a intervir de forma significativa nas situações particulares encontradas em seu ambiente de trabalho. A construção de leituras críticas e a pesquisa se tornam importante instrumento em suas mãos. Dessa forma todo/as envolvidos na educação alcançarão resultados satisfatórios a no processo ensino-aprendizagem.
ESTEBAN, Maria e Tereza e ZACCUR, Edwiges (orgs). Professora – pesquisadora: uma práxis
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