quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Por que o estágio para quem não exerce o magistério:

Aprender a profissão

As autoras deste texto iniciam sua reflexão acentuando algumas inquietações peculiares aos estudantes do magistério e/ou da pedagogia acerca do estágio, sobretudo os que ainda não têm prática em sala de aula.

Na verdade, o estágio é um período propício às confrontações teórico-práticas. E, para quem não tem experiência na área, muitas vezes entra em pânico frente às situações ali encontradas, pois se defrontam com realidades que fogem das teorias aprendidas na academia, o ideal e o real que se pode contemplar. Muitas são as deficiências encontradas nas escolas que vão de materiais didáticos ao material humano bem como a realidade de educação familiar, a violência etc.

Diante das situações encontradas nas escolas, é muito comum que estagiário/as se sintam amedrontados e sem orientação para lhe dar com a situação. Percebe-se que a universidade ainda se mantém distante da escola e da situação em que se encontra. É urgente que o estagiário/a conheça o cotidiano da escola e o significado e objetivo do estágio para que possa realizar um trabalho de intervenção significativa na vida do/a estudante ali inserido.

O estágio está envolvido num campo de poder tanto na universidade quanto na escola. E, como afirmam as autoras, “os estagiários viverão a tensão desse jogo” (p.107)

E é no interior das instituições que são construídas as regras a serem vividas por seus membros passando por culturas muitas vezes dominantes regulamentando o sistema de educação. Contudo, essa cultura também desenvolve “habilidades e formas de conhecimento necessário para a transformação social” (p.109) produzindo condições para superar as práticas dominantes. O que torna necessário ao estagiário/a ter um olhar atento e sensível frente às histórias da turma que acompanha e realizar atividades que venham favorecer a quebra da cultura dominante e a construção de novas culturas que manifestem vida a cada pessoa envolvida neste processo.

Outro ponto importante para destaque é a questão da pesquisa na prática do estágio tanto para o professor/a que supervisiona como para o estagiário/a. Muitos são os profissionais da educação que se fecham no conhecimento adquirido há muito tempo como se este fosse um processo fechado e possível se esgotar. No estágio, ambos são favorecidos, professor/a e estagiário/a, com a reflexão da prática e a pesquisa cotidiana visando à melhoria de sua atuação na educação.

Com essa reflexão pode-se afirmar que o estágio é o momento de troca de experiências, de leitura sensibilizada, disponibilidade para construir, refletir e reconstruir práticas pedagógicas inclusivas e, principalmente adquirir conhecimentos práticos a partir da aproximação do corpo docente da universidade e profissionais da educação lotados na escola.

PIMENTA, Selma Garrido e LIMA, Maria Socorro Lucena Lima. Estágio e Docência. São Paulo: Cortez. 2004.

Um comentário:

janusia aquino disse...

muito boa a sua reflexão sobreo estagio...
tenha certeza que o campo educacional é cheio de dilemas porem é também cheio de alegrias e conquistas..
você vai tirar de letra estas dificuldades pois capacidade e muita força de vontade vc tem .
janusia